ESQUEMA
PARA A REUNIÃO 5:
ACOLHIMENTO:
Boas Vindas: Padre Lucindo
Pequena reflexão Padre Lucindo
Onde estamos?
1.1.Todos experimentamos que o mundo atravessa uma crise de fim de uma época. Sucedem-se mutações culturais profundas, a um ritmo vertiginoso, impossíveis de controlar e orientar. Assemelham-se a uma série de abalos sísmicos com repercussões em todos os âmbitos da vida: familiar, social, cultural, político, económico e religioso. Afectam até os valores fundamentais e perenes.
Está a nascer, de forma confusa e algo caótica, um mundo novo, um modo novo de viver no mundo. E todos sofremos as dores deste parto difícil.
Mudou também o contexto em que se vivia e transmitia a fé. Salta aos olhos de todos que já não vivemos mais numa “sociedade cristã” (a cristandade), em que a fé se transmitia em família como uma herança e era protegida pelo ambiente social e cultural, ainda com referências aos princípios cristãos. A fé deixou de ter este suporte ambiental.
Hoje vivemos numa situação de pluralismo social e cultural. São-nos apresentados e oferecidos, como num mercado, os mais diversos projectos e modelos de vida. Muitos deles são estranhos ou contrários ao Evangelho e geram confusão nos cristãos que não têm a preparação sólida da fé.
Confrontamo-nos ainda com o pluralismo religioso. Surge, inevitavelmente, a questão da identidade cristã: porque sou cristão? O cristianismo é apenas mais uma religião entre as outras? Onde está o específico da fé cristã?
Assistimos também a uma perda progressiva da memória cristã tanto a nível colectivo como individual. Há tentativas de fazer aparecer a fé cristã como estranha à cultura ou à moda dominantes, como relíquia ou vestígio do passado, do tempo dos nossos avós. Vai-se tornando moda ser agnóstico. Instala-se um clima de indiferença religiosa em que não há “ouvido interior” para Deus, nem “apetite” espiritual. Neste clima, muitos cristãos deixaram-se atingir por um complexo de inferioridade, pelo temor de ser diferentes.
Mais impressionante é o analfabetismo e a iliteracia religiosos. Uma constatação que não podemos iludir é a grande ignorância de muitos católicos sobre os conteúdos, as noções e os conceitos mais elementares da fé. Há cristãos de idade adulta que, em relação ao conhecimento da fé, permanecem ao nível infantil. Permanecem numa religiosidade vaga e superficial; são incapazes de dialogar com a cultura e de enfrentar, à luz da fé, as novas questões que hoje se põem. E não raramente trazem consigo representações deturpadas da fé. Reduzem-na a um conjunto de práticas, de preceitos, obrigações e proibições como se fosse um fardo. Assim não descobrem a riqueza, a beleza e o encanto da fé em Jesus Cristo. De facto, a ignorância religiosa é hoje uma das “chagas” da Igreja e o maior inimigo da fé.
Mesmo ao nível da catequese de crianças e adolescentes, apesar de todos os esforços louváveis para a sua renovação, os resultados não são muito satisfatórios.
Em síntese, verifica-se entre nós o diagnóstico que João Paulo II traçou a respeito da situação europeia: “Muitos europeus pensam que sabem o que é o cristianismo, mas realmente não o conhecem. Frequentemente, ignoram os rudimentos da fé. Muitos baptizados vivem como se Cristo não existisse: repetem-se gestos e sinais da fé por ocasião das práticas de culto, mas sem a correlativa e efectiva aceitação do conteúdo da fé e adesão à pessoa de Jesus. Em muita gente, as grandes certezas da fé foram substituídas por um sentimento vago e pouco empenhativo; difundem-se várias formas de agnosticismo e ateísmo prático que concorrem para agravar a divergência entre a fé e a vida; muitos há que se deixaram contagiar pelo espírito de um humanismo imanentista que enfraqueceu a sua fé, levando-os, com frequência, a abandoná-la completamente” (Igreja na Europa, nº 47).
Na noite da fé há também “estrelas da manhã” que anunciam o despertar da aurora. Notam-se sinais de uma busca espiritual, de procura da bondade e da beleza da vida, que abrem caminhos ao anúncio do Evangelho. Têm surgido na Igreja novos dons do Espírito e múltiplas iniciativas que reacendem a chama da fé e a fortalecem. Despontam propostas de formação e tem crescido o interesse e a adesão de muitos fiéis. Há adultos que redescobrem a fé como uma música nova que dá esperança e alegria à vida. Sinto isto nas visitas pastorais.
1.2. Para onde vamos?
Esta é a situação nova em que somos chamados a viver a fé, em tempos difíceis. Devemos encará-la com realismo e esperança. Não podemos ficar junto ao muro das lamentações. Aliás, não é uma situação inédita. É muito semelhante àquela em que nasceu e se desenvolveu o cristianismo e viveram os primeiros cristãos. Também não é só negativa. É uma crise acrisoladora, purificadora da nossa fé. É um tempo providencial para reencontrar a autenticidade da fé.
Mostra-nos que estamos a passar de um cristianismo transmitido como herança, de geração em geração, por uma espécie de pertença passiva, a uma fé de opção livre, vivida como um percurso deliberado de adesão consciente, convicta e alegre. É uma provação e provocação, um desafio a crer mais (em profundidade) e a crer melhor (em qualidade). “Supõe que haja o cuidado de promover a passagem de uma fé apoiada na tradição social, e que tem o seu valor, a uma fé mais pessoal e adulta, esclarecida e convicta” (Igreja na Europa, nº 50). Vale para nós hoje o que Tertuliano dizia para o seu tempo (séc. III): “Não se nasce cristão; faz-se cristão”!
O desafio, hoje, não é só baptizar os novos convertidos, mas também levar os baptizados a converterem-se a Cristo e ao Seu Evangelho. Antes da questão: como anunciar a fé aos outros?, precisamos de enfrentar ainda esta: como podemos nós, enquanto cristãos e comunidade cristã, descobrir a riqueza da fé e vivê-la, tornarmo-nos adultos na fé? Eis a razão da nossa preocupação pastoral, que é uma aposta decisiva para o século XXI: formar para uma fé adulta, deixando-nos iluminar por esse gigante da fé que é São Paulo.
Cântico/Oração:
Hino oficial cantado pelos
presentes;
DESENVOLVIMENTO
DO TEMA:
Gracinda
Oração do Credo – Símbolo dos
Apóstolos;
8.
Objectivos do Ano da Fé
- Comemorar o
dom da fé; - celebrar o ano de forma digna e fecunda;
- Intensificar a
reflexão sobre a fé, para consciencializar e revigorar a adesão ao Evangelho;
- Confessar a fé
em Jesus e transmitir o dom da fé nas igrejas, nas casas e nas famílias às
gerações futuras;
- Professar publicamente o Credo.
O que me pede Jesus enquanto missionário do século XXI?
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